Entrevista – Companhia Vareira
A duas semanas da estreia da nova produção da Companhia Vareira, fomos falar com o director artístico e a “alma – mater” da instituição, Miguel Cunha, para conhecer como viveu os dois últimos anos, em função da Pandemia e os novos projectos para a Companhia Vareira e Academia CV.
Jornal Válega (JV) – Qual o número de alunos que frequenta a Academia CV?
Miguel Cunha (MC) – Neste momento, na Academia, temos 157 alunos.
JV – Há intenção dos responsáveis pela Academia, para aumentar esse número?
MC – Sim e com as novas medidas da DGS (Direcção Geral de Saúde), relativamente à Pandemia. Até agora, tivemos algumas turmas reduzidas à distância e agora achamos que será possível aumentar.
JV – O espectáculo “Meza” vai ser estreado por altura das comemorações do Dia Mundial da Dança. Era um objectivo planeado ou a situação aconteceu por acaso?
MC – O espectáculo “Meza” era para ser feito há dois anos. Entretanto, tínhamos marcado para Maio, mas a Divisão da Cultura da C M de Ovar sugeriu, uma vez que somos uma companhia de dança de Ovar, que em vez de ser em um ou dois fins-de-semana, faríamos o espectáculo no fim-de-semana de 29 de Abril, que é o Dia Mundial da Dança.
JV – O facto dos bilhetes do dia de estreia terem esgotado em poucos dias, surpreendeu-o?
MC – Não, porque normalmente nós já fazemos estas duas sessões. Quem gere o Centro de Arte de Ovar, achou por bem, que primeiro esgotávamos uma sala e depois se houvesse mais procura, então sim. Parece que vamos fazer o dia 30 esgotado, porque hoje fui lá e faltavam duas ou três filas. Portanto, acho que haverá candidatos para as preencher.
JV – Quantos elementos estarão em palco?
MC – Vão estar em palco 57 elementos.
JV – Esta será uma produção para itinerância?
MC – É, se bem que a nível de cenografia e de cenários, é mais complicado de transportar de um lado para o outro e com uma desvantagem. Nem todos os palcos poderão receber o espectáculo, porque precisamos de dimensões mínimas, se não, fica complicado.
JV – Que mensagem pretende transmitir este espectáculo “Meza”?
MC – O espectáculo “Meza” vai começar em analepse, ou seja, do fim para o princípio. É a partida de alguém que já não está entre nós, mas que teve um percurso pela dança e faz o percurso da vida dessa tal pessoa. A mesa funciona quase como que um diário da vida da pessoa, que se vai transformando ao longo de todo o espectáculo, em relação à mesa e o espectáculo em si.
JV – Quais os projectos a colocar em prática, a curto/médio prazo?
MC – Nós temos projectos a longo prazo, um dos quais é a abertura de novas salas e o alargamento de outras, porque já são pequenas para a nossa escola. Tivemos audição no dia 14, para as classes de Música, violino, guitarra, piano, flauta, clarinete, viola, órgão, coro e as Oficinas Instrumentais, no nosso auditório, que nós chamamos o nosso Alpendrarte. Algo que queremos manter e continuar a fazer, mas com estas novas medidas da DGS é complicado. No dia 7 de Maio, vamos fazer o nosso 1º Encontro de Dança, que seria supostamente no Dia da Dança, mas tivemos que ajustar as datas da Companhia e da Academia. Então, a Academia passou para o dia 7, no auditório de Avanca. Temos várias escolas e companhias que estarão presentes. Será no dia 7 de Maio, pelas 21h30.
JV – Que mensagem final gostaria de deixar aqui à população do município de Ovar, de Válega e de toda esta região?
MC – Que estamos de volta. Tivemos a sorte de não parar, excepto no período de confinamento. Em Pandemia, fizemos um espectáculo on-line que foi o “Recomeçar”, com todas as dificuldades inerentes. Não é o caminho que queremos, não foi o que pretendíamos, que é sentir o público, sentir os nervos e foi uma coisa mais soft. A grande questão deste retorno da Companhia, é um espectáculo do que nós já fizemos. Portanto, vale a pena as pessoas deslocarem-se ao Centro de Arte de Ovar para ver. Todos podem passar na nossa escola. Temos um espaço, que serve, não só para termos aulas, mas também para convívio. Convidamos todos a visitar-nos. Temos uma esplanada, temos um bar a funcionar, ainda que, de uma forma modesta, mas a Companhia Vareira está para receber e deixar-se visitar por quantos quiserem por cá passar.